O ex-presidente da Câmara e secretário do Governo Doria, Rodrigo Maia (sem partido), afirmou na manhã deste domingo (20/fev), que os eleitores do presidente são fanáticos.

Após consultar a bola de cristal, este vidente acima de qualquer suspeita previu, que Bolsonaro vai perder a eleição e que “seus fanáticos” irão “radicalizar” contra os sistemas democrático e eleitoral. As previsões esotéricas foram publicadas no perfil oficial dele no Twitter.

Após dizer isso e sustentar a afirmação com um compilado de postagens de ilustres desconhecidos, ele acrescentou um vídeo do jornalista Allan dos Santos, como prova de um acontecimento futuro, que sua vidência latente produziu.

“Bolsonaristas voltam a atacar o Judiciário e a urna eletrônica. Consolidação da derrota vai levar Bolsonaro e seus fanáticos a radicalizar contra o sistema democrático e o sistema eleitoral.“, tuitou.

Opinião

Escrever nunca foi o forte do ex-importante deputado, portanto, não é possível dizer com precisão o que ele quis dizer com “radicalizar“. Maia não é conhecido pela capacidade política, se ele fosse um bom jogador, não teria terminado como engraxate de Doria e persona non grata para a direita e a esquerda.

Ninguém te ama Maia. É sério, mas esse não o problema, é que quando um político vê o mandato chegando ao fim, está sem uma sigla e é desprezado pelo eleitorado, pode dizer adeus à vida pública.

Este cenário pode ficar pior, muito pior, quando o sujeito está na mira dos tribunais. Imagine, desprotegido das possíveis articulações políticas, sem favores a oferecer, ele precisa recorrer ao famoso bordão do Chapolin no SBT:

– Oh! E agora quem, poderá me defender!?

Mas essa é a vida real e o Chapolin Colorado não vai aparecer.

Não me leve a mal não, estamos em 20 de fevereiro. Pela lei, as eleições começam em 15 de agosto. Falta menos de 6 meses pro país começar a decidir seus novos quadros.

Doria, seu heroi, sequer aparece nas pesquisas, ele não vai surgir no horizonte montado num cavalo branco e tomar nos braços a donzela parlamentar. Ele não vai oferecer sacrifícios pra salvar sua pele, porque você não significa mais absolutamente nada para o sistema.

E você sabe disso.

Se aceita um conselho, esqueça o eleitorado bolsonarista e suas possíveis ações futuras, pare de puxar o saco de quem não te pediu favor nenhum, e comece a usar sua bola de cristal e seus dons esotéricos para consultar o seu próprio futuro.

O Allan dos Santos? O sujeito é pai, marido, jornalista e está aí nadando contra a corrente como estrangeiro nos Estados Unidos. Ele me parece estar a salvo, fora do alcance dos seus semelhantes.

Aliás, ele é acusado de um crime que não existe “fake news“.

Agora, vossa obesidade parlamentar, ficou sabendo que seu inquérito foi parar nas mãos do ministro Fachin, no Supremo? Saiu no Jornal do Comércio. Eles querem saber se você recebeu uma grana da Odebrecht pra elaborar Medidas Provisórias.

Tá feia a coisa pra ti, tem cinco delatores dizendo que houve uma “longa rotina de repasses” da construtora para você. Só em um dos casos, você teria pedido R$ 350 mil pra campanha eleitoral de 2018.

“Da mesma forma, no ano de 2010, o parlamentar Rodrigo Maia solicitou novo repasse, dessa feita para campanha de seu genitor, César Maia, sendo autorizado o pagamento de R$ 600 000,00 (seiscentos mil reais), dos quais R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) por via do mesmo departamento do Grupo Odebrecht antes referido, sendo apresentado o cronograma constante no sistema “Drousys” e informado o nome de João Marcos Cavalcanti de Albuquerque, assessor do Deputado Federal Rodrigo Maia, como intermediário das operações“, disse Fachin.

Sua assessoria disse que você “confia na Justiça e está certo que o inquérito vai demonstrar a sua inocência“.

Eu gostaria de te perguntar:

  1. O que coloca a democracia em risco: a corrupção ou as falas no Twitter?
  2. O que coloca o sistema eleitoral em risco: verba de campanha via caixa dois, ou críticas na internet?

São perguntas retóricas, não precisa responder.